DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS
Natália de Oliveira Correia nasceu no dia 13 de setembro de 1923 na Fajã de Baixo, na ilha de São Miguel, Açores. Aquando da emigração do pai para o Brasil, mudou-se com a mãe para Lisboa, onde frequentou o Liceu D. Filipa de Lencastre.
Escritora polivalente, depressa ganhou notabilidade como poeta, romancista, ensaísta, tradutora, jornalista, editora e guionista. Hoje é considerada uma das figuras mais proeminentes na literatura e cultura portuguesas durante a segunda metade do século XX.
Foi autora da série televisiva “Mátria”, transmitida entre 1986 e 1988, que apresentava uma nova perspetiva sobre o feminismo, dedicada a mulheres portuguesas notáveis na História.
Foi, paralelamente, coordenadora da Editora Arcádia. A publicação do seu livro “Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica” (1966), aliada ao seu envolvimento na publicação de “Novas Cartas Portuguesas” (1974) de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta, levaram à condenação de Natália a três anos de prisão com pena suspensa.
Em 1971 fundou, com Isabel Meireles, o bar Botequim, em Lisboa. Este viria a ser um ponto de encontro regular de figuras proeminentes no meio cultural português, especialmente grandes amigos da autora, como David Mourão-Ferreira, José-Augusto França, Almada Negreiros, Amália Rodrigues e muitos outros.
Participou ativamente em movimentos de oposição ao Estado Novo, nomeadamente o MUD (Movimento de Unidade Democrática) em 1945, ou na CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática), em 1958. Em 1980, foi eleita deputada do PSD na Assembleia da República, mais tarde tornando-se deputada independente.
Em 1981, foi agraciada com o título de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. Em 1991, recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, pela obra “Sonetos Românticos” (1990), e foi feita Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.
Morreu em Lisboa, a 16 de março de 1993.